Riscos ocupacionais: o que são e como prevenir? - DuaPi Epi

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Publicado em 21 de julho de 2021 na categoria #Artigos

Riscos ocupacionais: o que são e como prevenir?

riscos ocupacionais duapi sistemas

Você já ouviu falar no mapa de riscos? Esse documento é comum em muitos locais de trabalho. Assim, ele classifica os riscos ocupacionais de cada ambiente na empresa.

Isso porque o mapa costuma ficar em murais ou em áreas visíveis para todos os trabalhadores, justamente por conta da sua importância.

Mas o que realmente significa esse mapa? Será que ele ajuda na prevenção dos acidentes de trabalho? E quais as diferenças que um mapa de riscos vai ter de uma empresa para outra, ou até entre setores da mesma empresa?

Como você pode ver, os riscos trabalhistas geram muitas dúvidas, principalmente em relação ao mapa de riscos.

Então, nada mais justo do que entender como identificar e prevenir os riscos que o ambiente de trabalho oferece aos colaboradores. É ideal que você também saiba a importância desse conceito para o controle de EPI.

Nesse texto, você vai entender o que são riscos ocupacionais e como fazer o mapa de riscos da sua empresa. Também vamos falar sobre o PGR e o GRO. Acompanhe a leitura e garanta a segurança dos seus trabalhadores.

O que são riscos ocupacionais?

Riscos ocupacionais são as situações de perigo à saúde e segurança dos trabalhadores dentro do ambiente de trabalho. E eles podem ocorrer de diferentes formas, geralmente resultando em acidentes. É por isso que é necessário identificá-los no ambiente, além de garantir a prevenção.

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Assim, ruídos, calor ou frio, gases e vapores, maquinário, entre outros detalhes, são todos possíveis riscos. Entretanto, alguns são mais graves, enquanto outros riscos são menores. Isso faz com que os riscos maiores sejam muito comuns, como acidentes com maquinário.

riscos ergonômicos
Riscos ergonômicos costumam passar despercebidos

Já os riscos menores podem passar despercebidos. Entre eles, estão os riscos ergonômicos em escritórios, por exemplo. Ainda que não pareça grande coisa, ele deve ser observado em ambientes onde costuma aparecer com mais frequência.

Quais são os tipos de riscos ocupacionais?

Atualmente, existem 5 tipos diferentes de riscos ocupacionais. Quem define quais são é o Ministério do Trabalho e Emprego. Esses riscos podem ser:

  1. Físicos;
  2. Químicos;
  3. Biológicos;
  4. Ergonômicos;
  5. Acidentais.

Outra forma de ordenar esses riscos é utilizando o ponto de vista organizacional. Com isso, é possível classificar os riscos em:

  • Operacionais;
  • Comportamentais;
  • Riscos ambientais, que podem ser subdivididos em físicos, químicos ou biológicos e ergonômicos.

Entre todos eles, os riscos ambientais são os mais importantes, contando com uma regulação própria. A portaria n° 25 de 29 de dezembro de 1994 é quem dispõe a NR-9.

Além disso, ela também tem relação com o famoso Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).

Por fim, a NR-12 também é importante para a questão dos riscos ambientais. Isso porque ela aponta a necessidade da análise de riscos, em seu item 12.39-a.

É justamente por conta dessa complexidade que foi criada a classificação por cores. Assim fica mais fácil de prevenir e controlar os riscos ocupacionais.

Através desse agrupamento, é possível criar o mapa de riscos da sua empresa. Portanto, é preciso entender exatamente essa classificação, além do mapa em si.

Classificação por cor

O mapa de riscos ocupacionais conta com 5 cores. Assim, cada uma delas está relacionada com determinado tipo de risco, como você viu acima. Confira na imagem abaixo quais são as cores.

classificação dos riscos ocupacionais
Cada cor representa um tipo diferente de risco ocupacional

Entenda melhor o que cada cor significa quando se fala em segurança no ambiente de trabalho:

  • Verde: Essa cor indica riscos físicos. Eles podem ser umidade, frio ou calor, pressão, ruídos, radiações ionizantes ou vibrações;
  • Amarelo: Esses são os riscos ergonômicos. Entre eles, esforço físico em excesso, trabalho noturno, jornadas extensas, levantar e carregar peso, postura inadequada e até um controle de produtividade muito severo;
  • Vermelho: Representa os riscos químicos, que são gases, vapores e fumos. Além disso, também entram nessa categoria as substâncias ou produtos químicos em geral que possam causar danos ao trabalhador;
  • Azul: Essa cor tem relação com risco de acidentes. Portanto, é utilizada em ambientes com máquinas ou equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas, risco de choque elétrico, incêndios ou explosões, entre outros;
  • Marrom: Por fim, essa é a cor que aponta os riscos biológicos. Eles podem ser causados por vírus, bactérias, protozoários, fungos ou parasitas.

Através das cores, é possível elaborar o mapa de risco de maneira objetiva e eficiente. Isso porque elas podem ser entendidas com mais facilidade por quem trabalha no ambiente.

Assim, o mapa de riscos ocupacionais nada mais é do que a planta baixa do local de trabalho. A diferença é que ele trará as cores indicando os riscos de cada ambiente.

O Mapa de riscos ocupacionais

Acima, você conferiu o que são os riscos ocupacionais e como se dividem as cores que indicam cada tipo de risco. Agora, é preciso desenvolver um mapa de riscos para a sua empresa.

Mas, antes é preciso ter total conhecimento sobre o que realmente é esse mapa. Ele representa, de forma visual, quais são os riscos à saúde do trabalhador em determinado ambiente de trabalho.

A ideia por trás desse documento é informar quais são os riscos que os colaboradores da empresa irão enfrentar ao realizar suas tarefas profissionais.

Isso porque a informação é muito importante para prevenir acidentes trabalhistas nesses locais, de acordo com cada tipo de risco. Se o trabalhador souber como proceder para evitar os acidentes, eles se tornam menos frequentes.

Como montar o seu mapa?

Criar um mapa de riscos ocupacionais é uma tarefa mais complicada do que parece. Primeiramente, você vai precisar entender a demanda de EPIs em cada ambiente de trabalho.

Essa etapa é extremamente importante para garantir a segurança dos trabalhadores. É através dessa análise que é possível entender cada risco e as formas de preveni-los.

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Então, como visto acima, basta a planta baixa do ambiente, acompanhada da cor correspondente, para informar os colaboradores sobre quais são os riscos.

Prevenir é a melhor solução

Atualmente, o Brasil é o 2° país do mundo com mais casos fatais de acidentes de trabalho. Uma pesquisa do Ministério do Trabalho indica que foram mais de 21,4 mil nos últimos 8 anos.

Isso significa que, a cada 100 mil trabalhadores formais, 6 morrem em acidentes durante o expediente. Esses acidentes já custaram mais de R$ 100 bilhões aos cofres públicos por conta de afastamentos e doenças laborais.

histórico de acidentes de trabalho no brasil
Óbitos em acidentes trabalhistas se mantiveram acima dos 1,8 mil ao ano entre 2012 e 2020

Sendo assim, é preciso garantir a segurança dos seus colaboradores. Portanto, além do uso dos EPIs, também é importante deixar o mapa de riscos visível em todos os ambientes de trabalho.

O ideal é que todos os trabalhadores saibam quais os níveis de riscos ocupacionais cada setor apresenta. Dessa forma, o trabalho fica muito mais seguro, o que também gera maior produtividade.

Esse tipo de organização dentro da empresa é importante para que o trabalho, em todos os setores, não seja afetado por eventuais acidentes.

Assim, a empresa pode permanecer competitiva e preparada para enfrentar o mercado, visto que não precisará cuidar desse tipo de processo interno com frequência.

Então, o resultado mais óbvio é que a cultura organizacional afeta diretamente o índice de acidentes trabalhistas. Isso significa que é preciso ficar de olho nos riscos trabalhistas, valorizando a segurança dos seus colaboradores.

Além disso, preparar o mapa de riscos também deixa a empresa de acordo com as NRs 9 e 12.

Existe uma forma de facilitar o controle dos riscos ocupacionais?

Você já deve ter ouvido falar no PPRA, GRO e PGR, não é mesmo? Essas siglas provavelmente já levantaram muitas dúvidas para gestores de empresas que utilizam os EPIs, e possuem relação com a prevenção dos riscos ocupacionais.

gestor empresarial
É comum que gestores tenham dúvidas sobre o tema

O PPRA, por exemplo, já não existe mais, embora tenha sido um documento antes essencial para as empresas. Atualmente, quem tomou o lugar dele foi o Programa de Gerenciamento de Risco, ou PGR.

Então, em conjunto com o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, o GRO, esses conceitos são o que indicam quais normas as empresas devem seguir.

As mudanças nesses programas vieram através de novas regras de segurança, pelas Portarias 6.730 e 6.735.

Nesse caso, PGR e GRO foram incorporados na Norma Regulamentadora n.º 1 (NR-1). Eles também foram citados na NR-9.

O que é PGR?

O primeiro conceito que deve ser explorado na hora de cuidar dos riscos ocupacionais é o PGR. Ele surgiu em 2020 e tomou completamente o lugar do PPRA.

Sendo assim, para elaborar esse documento, é preciso se basear nas diversas informações anteriormente requisitadas. Elas são:

  • Perigos;
  • Riscos;
  • Medidas de Prevenção;
  • Plano de Ação.

Além disso, o PGR deve conter, no mínimo, dois documentos muito importantes. Eles são o Inventário de Riscos e o Plano de Ação.

Quem deve elaborar o PGR é o empregador, com base nas indicações das normas regulamentadoras.

O que é o GRO?

O GRO é um pouco diferente do PGR. Isso porque a ideia aqui é levantar o inventário de riscos da empresa. Ou seja, ele é essencial para o PGR. Além disso, ele objetiva:

  • Evitar os riscos que possam ser originados no trabalho;
  • Identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde;
  • Avaliar os riscos indicando o nível de risco;
  • Classificar os riscos para determinar a necessidade de adoção de medidas de prevenção;
  • Implantar medidas de prevenção seguindo a hierarquia das medidas de controle;
  • Acompanhar o controle dos riscos ocupacionais;
  • Consultar e comunicar os trabalhadores sobre riscos e medidas de prevenção.

Para ter um melhor entendimento desse inventário de riscos, é possível conferir a NR-9. Isso porque é ela que indica qual a forma de realizar a avaliação dos riscos, além de dispor de medidas para prevenção. Os itens considerados são:

  • Descrição das atividades;
  • Identificação do agente e formas de exposição;
  • Possíveis lesões ou agravos à saúde relacionados às exposições identificadas;
  • Fatores do motivo da exposição;
  • Medidas de prevenção já existentes;
  • Identificação dos grupos de trabalhadores expostos.

Esses dados podem te ajudar a criar um bom Plano de Ação. Assim, fica mais fácil praticar uma cultura organizacional de segurança, prevenção e saúde, cuidando dos riscos ocupacionais no ambiente de trabalho.

Inventário de riscos ocupacionais com PGR e GRO

Esse documento deve ter informações relacionadas aos perigos que o ambiente de trabalho oferece. Além disso, também é preciso inserir a avaliação desses riscos ocupacionais. No mínimo, o inventário deve conter, segundo a NR-1:

  • Caracterização dos processos e ambientes de trabalho; 
  • Especificação das atividades;
  • Descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à saúde dos trabalhadores, com a identificação das fontes ou circunstâncias;
  • Relatório de riscos gerados pelos perigos, com a indicação dos grupos de trabalhadores sujeitos a esses riscos;
  • Definição de medidas de prevenção implantadas; 
  • Dados da análise preliminar ou do monitoramento das exposições a agentes físicos, químicos e biológicos e os resultados da avaliação de ergonomia nos termos da NR-17.
  • Avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de elaboração do Plano de Ação; 
  • Critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisões.

Com todos os dados coletados e informados, é preciso, ainda, armazená-los por 20 anos. Entretanto, é possível que esse prazo seja modificado de acordo com normas específicas.

Os documentos do PGR devem ser guardados de forma digital. O que indica isso é o modelo aprovado pela Secretaria do Trabalho (STRAB), além da certificação na Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP).

Porém, ainda é possível armazenar tudo de maneira física, com assinaturas manuais. Mas, o ideal é digitalizar esses documentos e utilizar o certificado digital.

tecnologia ajuda riscos ocupacionais
O ideal é armazenar os documentos de forma digital

Isso porque, com a digitalização, é fácil para a Inspeção do Trabalho ter acesso aos documentos. Assim, fica mais simples de conferir a veracidade, integridade e validade jurídica de cada arquivo.

PGR e GRO na prevenção de acidentes

Além disso, é preciso realizar uma análise sobre as atividades de trabalho. Ela visa apurar carência de medidas de prevenção, ou ainda de avaliações qualitativas ou quantitativas. A quantitativa serve para:

  • Comprovar o controle da exposição ocupacional aos agentes identificados;
  • Dimensionar a exposição ocupacional dos grupos de trabalhadores;
  • Subsidiar o equacionamento das medidas de prevenção.

Por fim, a empresa deve utilizar medidas de prevenção e controle de riscos ocupacionais, que precisam ser indicadas no Plano de Ação. Então, é possível aplicar os critérios:

  • A NR-15 e seus anexos;
  • Nível de ação para agentes químicos, a metade dos limites de tolerância;
  • Já o nível de ação para o agente físico ruído deve ser metade da dose.

Com essas informações, será possível realizar um bom controle entre PGR e GRO. Assim, a sua empresa poderá garantir o cumprimento das normas de segurança e saúde no ambiente de trabalho e controlar os riscos ocupacionais.

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