Dentro do ambiente de trabalho, é comum que as atividades apresentem perigos para os funcionários. E isso pode causar problemas físicos e mentais, como é o caso da poluição sonora. Mas será que é possível identificar esses ruídos excessivos e proteger os trabalhadores?
Primeiramente, é preciso entender que a poluição sonora é um mal invisível, mas que está muito presente no cotidiano de trabalho. Em geral, ela ocorre por conta das próprias ações humanas, afetando o que se conhece por meio ambiente artificial.
O ideal é que as empresas encontrem as fontes desses ruídos danosos e ofereçam ferramentas para a proteção dos trabalhadores, através da entrega de EPI. Acompanhe o texto e confira mais sobre o tema de forma geral e dentro das empresas.
O que é poluição sonora?
A poluição sonora é a perturbação do silêncio em um local por conta da emissão de ruídos indesejáveis. Porém, isso costuma ser feito de forma contínua, o que piora o problema. Se continuar por muito tempo, ela é uma ameaça para quem está no ambiente.
Ela pode afetar a saúde física e mental das pessoas. Isso porque o alto nível dos decibéis que certas atividades provocam podem causar desconforto e até dor. Então, a poluição sonora é um risco para a audição humana, sendo necessário combater ou minimizar os ruídos.
Em um ambiente de trabalho, é muito difícil de eliminar esses barulhos prejudiciais, principalmente em casos onde o maquinário é essencial para o trabalho. Assim, é preciso oferecer EPIs específicos para os trabalhadores, como os protetores auriculares.
Como identificar?
Um detalhe importante é que nem todo som é considerado como poluição sonora. Então, para ajudar, a Organização Mundial de Saúde (OMS) traz algumas definições de ruído: todos os sons acima de 65 decibéis (dB).
Em casos onde o som passa dos 75 dB, ele já se torna prejudicial ao ser humano. Além disso, para ruídos acima dos 120 dB, é comum que as pessoas afetadas sintam dor.
Nas cidades, o padrão é que o barulho fique entre 90 e 100 dB, muito acima dos 50 dB indicados pela OMS. Em resumo, todo som que ultrapasse esse nível já é perigoso para a saúde humana. Atualmente, no dia a dia, as principais fontes de ruídos prejudiciais são:
- Veículos e suas buzinas e sirenes;
- Obras e maquinário;
- Aparelhos de som;
- Locais de show e templos religiosos.
Também é preciso ficar de olho em qualquer aparelho que reproduza sons diretamente no ouvido, pelos fones. Se o som estiver muito alto, é possível que a pessoa sofra problemas na audição, incluindo a perda total dela. Os mais afetados são crianças e adolescentes.
Crime ambiental
O que muita gente não sabe é que a poluição sonora é um crime ambiental. Mas as principais leis sobre o tema são de responsabilidade dos municípios. Assim, cada cidade brasileira possui suas próprias normas sobre o barulho em excesso.
Porém, existe uma lei federal que trata do assunto: a Lei dos Crimes Ambientais, nº 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998. Ela dispõe sobre atividades prejudiciais ao meio ambiente, bem como penas, multas e questões administrativas. O Art. 54 indica:
O CONAMA também traz algumas resoluções importantes sobre o tema, que são as nº 1 e nº 2, de 8 de março de 1990. Assim, elas completam as normas de controle e fiscalização de ruídos em excesso e ajudam a entender como proceder em diversos casos.
A resolução nº 1 indica critérios e padrões para níveis aceitáveis de ruídos em atividades industriais, sociais, recreativas ou comerciais. Já a resolução nº 2 instituiu o Programa Silêncio – Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora.
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Por fim, a poluição sonora também é a principal causa de brigas entre vizinhos, as vezes causando até mortes. Isso porque, como a fiscalização costuma ser quase nula, é comum que muitas pessoas utilizem equipamentos de som de forma inadequada.
Se esse for o caso com seus vizinhos, o ideal é denunciar a poluição sonora. Então, utilize o site oficial da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA) para descobrir os órgãos responsáveis no seu estado.
A poluição sonora nas empresas
Dentro do ambiente de trabalho, os ruídos em excesso não são difíceis de serem ouvidos. Isso porque, em geral, as máquinas e ferramentas utilizadas pelos colaboradores costumam ser barulhentas.
Como você conferiu acima, existem níveis seguros de decibéis que o ser humano consegue aguentar a cada dia. Ao utilizar os dados da OMS, em conjunto com um decibelímetro, é possível entender quais os agentes causadores da poluição sonora no local de trabalho.
Sabendo quais máquinas oferecem esse risco à audição do trabalhador, fica mais fácil de garantir um ambiente seguro e saudável, através das medidas preventivas. Sendo assim, a empresa deve ficar responsável por garantir a saúde auditiva dos funcionários.
Para oferecer essa proteção, é necessário utilizar os protetores auriculares. Eles são EPIs, portanto devem ser fornecidos de forma gratuita, como indica a NR-6.
Doenças ocupacionais
Com o uso desses EPIs, é possível evitar condições auditivas leves, moderadas ou até severas. Dessa forma, é possível afirmar que a poluição sonora também pode gerar doenças ocupacionais, que podem ser passageiras ou permanentes. As patologias auditivas mais comuns são:
- Zumbido nos ouvidos;
- danos ao sistema nervoso;
- hipoacusia (perda auditiva);
- dor de cabeça;
- dificuldade de concentração;
- insônia;
- agitação;
- mau humor;
- estresse;
- angústia;
- gastrite;
- depressão;
- agressividade;
- surdez;
- doenças cardiovasculares;
- hipertensão;
- tensão dificuldade para relaxar.
A pior parte de tudo isso é que a grande maioria dessas doenças ocorre por conta da desinformação no ambiente de trabalho. Ou seja, além dos EPIs, é preciso criar ações de conscientização dentro da empresa.
Como prevenir a poluição sonora?
Como você viu, a empresa é a responsável pela segurança dos trabalhadores. Isso inclui a prevenção de acidentes e, também, das doenças ocupacionais. Assim, é preciso garantir as proteções necessárias contra os ruídos excessivos da poluição sonora.
A NR-9 indica que é preciso implementar um programa que busque preservar a saúde e a integridade dos trabalhadores. Então, será necessário antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os riscos ocupacionais no ambiente de trabalho.
Caso sejam encontrados altos níveis de pressão sonora, a empresa deve implantar o Programa de Conservação Auditiva (PCA). Ele traz diversas medidas que buscam prevenir ou impedir a evolução da perda auditiva no local de trabalho.
Porém, o ideal é que seja requisitada a ajuda de profissionais especializados para que o PCA seja implantado. Entretanto, esses profissionais devem ser da área da Saúde e Segurança do Trabalho (SST).
Quando usar EPI?
Na maioria dos casos, o uso do EPI é capaz de impedir os danos que a poluição sonora causa à audição dos trabalhadores. Assim, o protetor auricular deve ser item essencial em locais de trabalho com altos níveis de ruído.
Também é importante lembrar que existem diversos tipos de protetores auriculares, de acordo com os perigos enfrentados pelos trabalhadores. Confira quais são esses tipos de EPI na imagem abaixo.
Segundo a NR-6, esses equipamentos devem ser fornecidos pela empresa, de maneira totalmente gratuita. Entretanto, também serão necessários alguns métodos adicionais.
Isso porque não basta apenas fornecer o EPI, mas é preciso ensinar a utilizá-lo. Portanto, a gestão de treinamento da sua empresa deve estar em dia. O colaborador precisa saber como usar o protetor auricular corretamente, além de entender como conservar o EPI.
Uma boa dica é utilizar um dosímetro no ambiente com ruídos excessivos. Ele deve ser configurado para que o limite de tolerância fique em 85 dB por até 5 horas de trabalho.
Porém, o ideal é medir de forma individual, coletando dados de cada colaborador. Assim fica mais fácil de garantir a saúde auditiva de todos os trabalhadores, evitando a poluição sonora.
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